sábado, 2 de julho de 2016

Resenha: A vez da minha vida.

"Certo dia, quando Lucy Silchester volta do trabalho, há um envelope de ouro no tapete. E um convite dentro dele para se encontrar com a Vida. Sua vida. Pode soar peculiar, mas Lucy leu sobre isso em uma revista. De qualquer forma, ela não pode ir ao encontro: está muito ocupada desprezando seu emprego, fugindo de seus amigos e evitando sua família. Mas a vida de Lucy não é o que parece. Algumas das escolhas que fez — e histórias que contou — também não são o que parecem. Desde o momento em que ela conhece o homem que se apresenta como sua vida, suas meias-verdades são reveladas totalmente — a não ser que ela aprenda a dizer a verdade sobre o que realmente importa. Lucy Silchester tem um compromisso com sua vida — e ela terá de cumpri-lo."


 É interessante notar o tipo de vida que Lucy leva, quando é confrontada por sua vida, que mostra diretamente que Lucy não vive a vida plenamente. Já que ela se contenta em ter um empreguinho, por preguiça de procurar algo melhor. Vive em um apartamento que é um ovo, todo velho e sujo. Tem um carro que só vive quebrando. E o mais engraçado é que sua família toda possui condição financeira.  Vida também joga na cara dela que suas meias verdades estão virando um problema gigantesco. 
Ao ver a adaptação do livro de P. S Eu te amo, fiquei muito curiosa para ler o livro que gerou o filme. Vendo muitas resenhas positivas no skoob, sobre o mesmo livro, fiquei ainda mais curiosa. Entretanto foi ao me deparar com o livro "A vez da minha vida" em promoção, da mesma autora. Que resolvi que era chegada à hora de dar uma chance para ela.
A premissa do livro me atraiu de cara, pois onde já se viu receber um convite de sua própria vida para  uma intervenção? 
Pois é nessa vibe meio fora do comum que o livro segue. Nele somos apresentados a Lucy, que tem um emprego meia boca em um escritório, do qual ela não gosta muito e também faz de tudo para não se aprofundar nas relações com seus colegas de trabalho.
Na primeira parte do livro, sempre que Lucy contava uma história de como algo aconteceu eu realmente acreditava nela. Mas logo em seguida descobria que era tudo uma boa estória criada por ela. O que certamente eu achei muito engraçado, pois dava altas risadas com as criações dela para quase todas as mentiras que ela contava. 
Devo ressaltar que as mentiras de Lucy não são sem fundamentos, e todas as estórias criadas por ela tem uma boa explicação. Isso torna o livro mais interessante, pois a medida que o livro segue vemos por qual motivo Lucy começou a contar todas essas estórias e agora não consegue mais parar. 
Outro destaque é o fato que todos sem exceção no livro, aceita bem o fato de ela ter recebido, uma especie de intervenção de sua vida. Creio que neste ponto a autora criou um universo onde esse tipo de coisa seja possível.  Já que todos os amigos, familiares e colegas de trabalho encaram com naturalidade isso. 
O crescimento e amadurecimento da estória e de Lucy, principalmente, são os pontos altos do livro. É muito bom ir desvendado aos poucos os motivos que levaram Lucy a chegar aonde ela está quando o livro inicia. Melhor ainda é ir montado um quebra cabeça dos fatos ocorridos. 
O livro é super leve, mas ao mesmo tempo é reflexivo, pois nos faz pensar em nossa própria vida e o que estamos fazendo com ela.  Se nossas decisões podem ou não nos levar à algo maior ou melhor. E principalmente se levamos a vida à serio de verdade. 
O que me deixou mesmo incomodada foram personagens como o pai de Lucy e seu ex namorando. Os dois são parcialmente responsáveis pela situação dela. E nenhum dois dois teve um crescimento na trama. O lado meio surreal também me incomodou um pouco. Mas depois de um tempo lendo não estava mais preocupada em saber como era possível à intervenção da vida, e  quem era o verdadeiro responsável por isso.  Pois  à estória é leve e divertida e não tem como função responder este tipo de pergunta.  
Para finaliza devo dizer que a escrita da autora é super gostosa e fluida de se ler. A diagramação tem o tamanho certo, ao menos para mim. E o livro também tem um número de paginas dentro do necessário para contar toda a estória. talvez pudesse tirar umas poucas paginas, que não faria falta. Mas no geral o tamanho é bom já que a leitura é muito leve. 
Tenho mais motivos para acreditar que os outros livros da autora, também sejam bons. Muito embora não seja fã de capas com pessoas, irei ler sim, outros livros dela. 

Autor (a): Cecilia Ahern
Idioma: Português
EditoraNovo Conceito

Páginas: 384