sexta-feira, 5 de maio de 2017

Resenha: Menina Má


Menina Má
 Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também.

MENINA MÁ é um romance que influenciou não só a literatura como o cinema e a cultura pop. A crueldade escondida na inocência da pequena Rhoda Penmark serviria de inspiração para personagens clássicos do terror, como Damien, Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter.





O livro Menina Má é um relançamento da editora Darkside lançado pela primeira vez em 1954, o livro foi um sucesso imediato por trazer um tema totalmente diferente e chocante para época. Tendo uma adaptação para teatro e cinema em 1956. Com um nome em português de Tara Maldita ou A semente Maldita. Trata-se de uma estória inovadora mesmo para os dias de hoje 2016, pois não é muito fácil encontrar livros que trazem como premissa crianças psicopatas. 

Com uma narrativa em 3º  pessoa somos apresentados à personagem de Christine Penmark e sua filha Rhoda, uma garotinha linda de 8 anos. Christine é casada com Kenneth, que é da marinha, e encontra-se em viajem a trabalho. Ficando então apenas mãe e filha.

 Rhoda por sua vez tem uma personalidade difícil de definir, pois ao mesmo tempo em que parece doce e gentil, às vezes Christine acredita que a menina parece fria e indiferente a tudo e todos. Rhoda não só é obediente como também perfeita em todos os aspectos, sempre busca ser a melhor em tudo, querendo sempre se sobressair na escola ou em qualquer outra atividade, de maneira que nem mesmo precisa que sua mãe mande arrumar seu quarto ou qualquer outra coisa.  Os problemas começam quando Rhoda não consegue ganhar a medalha de melhor caligrafia, que ela queria muito. E em um dia de passeio da escola, o menininho que ganhou no lugar dela, sofre um misterioso acidente e morre. A partir daí temos vários acontecimentos que semearam a desconfiança no coração de Christine. Que passa a desconfiar que sua filha seja a culpada pelo que ouve e ainda por outros fatos ocorridos. 

A maneira como a estória é contada é brilhante, o autor soube trabalhar bem o desenvolvimento dos personagens. Christine não é idiota e desempenha bem o papel de investigadora.  Rhoda apesar de ser o cerne da estória como vilã, é muito bem desenvolvida. E fiquei intrigada em vários momentos com a genialidade maléfica da menina.  O livro consegue mostrar bem esse lado de como psicopatas pensam e sentem de maneira diferente, e são inteligentes acima da média. Pois é bem nítido como a pequena consegue criar planos e manipular as pessoas ao seu redor. Ela percebe como os outros querem que ela haja e age exatamente como o esperado. Mas também comete alguns deslizes de ação, que são perdoáveis pela pouca idade dela. Mostrando como ao longo dos anos, ela poderá aperfeiçoar e manipular ainda melhor. Interessante também o fato de que apesar de tudo, Rhoda não consegue fingir tão bem assim, já que não só sua mãe como  também outros personagens veem a personalidade dela como perturbadora. 

O livro cria um nível de mistério e tensão que só vai crescendo ao longo da trama, fazendo o leitor ficar vidrado e não querer parar de ler até descobrir como Christine vai resolver o problema que tem em mãos.  Com vários pontos de desenvolvimento a cerca do tema principal, a psicopatia. Temos narração de muitos recortes sobre assassinos em série e coisas do gênero. 

Devo confessar que gostei bastante do livro e achei o final um tanto esperado, mas ao mesmo tempo inesperado. Acredito que o livro merecia uma nova adaptação para os dias de hoje. Pois com certeza iria trabalhar melhor o clima de mistério e suspense.  

Aproveitei e vi o filme adaptado de 1956 para comparar com o livro, e devo dizer que foi bem adaptado para época. Com umas mudanças, que não esperava, como o fato de o marido de Christine (Kenneth) aparecer logo  no inicio do filme e falar com ela ao telefone, e também o pai dela que está vivo ( no livro o pai já está morto, o que colabora para o mistério ser maior, pois Christine tem duvidas sobre o passado que somente o pai poderia sanar). Achei a escolha bem interessante, vi como uma mudança positiva, já que a tecnologia e recursos eram limitados na época e essa foi uma solução. Visto que várias cenas do livros se passavam em outros lugares.  Fica a dica, assistam ao filme depois de ler o livro com certeza será uma experiência mais completa.

    Autora: Ka Hancock
Ano2016 
Páginas: 272
Idioma: Português 
EditoraDarkSide® Books